Uma abordagem comportamental para a descrição de competências em uma instituição pública federal
DOI:
https://doi.org/10.18761/pac.2015.029Resumo
O modelo de Gestão por Competências foi instituído no Brasil por meio do Decreto 5.707/2006 para nortear o desenvolvimento de pessoal na Administração Pública Federal. Apesar de muitas organizações buscarem implantar este novo modelo de gestão, o conceito de competência tem se mostrado impreciso e controvertido. Além disso, pouca atenção tem sido dada para a formulação das competências, que é a base de todo o modelo de gestão. Os objetivos do presente estudo foram a) avaliar a eficácia de se aplicar as categorias de falsos objetivos educacionais, e outros cuidados metodológicos apontados na literatura, para avaliar e contornar problemas de formulação de competências no contexto organizacional e b) à luz dessa avaliação, discutir inadequações quanto ao termo competência e apontar para a utilização do termo comportamento como alternativa que contribua para a redução de controvérsia terminológica. O estudo, realizado em uma instituição pública federal, foi dividido nas seguintes fases: 1) Mapeamento de Competências; 2) Categorização e 3) Análise das descrições das competências. Como resultado do mapeamento, foram identificadas 191 competências, das quais 93,20% apresentaram pelo menos uma das condições problemáticas apontadas na literatura. Os resultados confirmam a adequação da abordagem comportamental para aprimorar a descrição de competências. A categorização das falhas de formulação, desenvolvida no contexto educacional, se mostrou útil para o contexto organizacional. Estudos subsequentes devem explorar o possível impacto do procedimento aqui descrito sobre a efetividade de etapas seguintes do gerenciamento por competências.