Quando o Pensamento Positivo não é o Bastante: O papel do HDML na explicação de comportamentos complexos pela RFT

Autores

  • Aline Souza Simões
  • Tiago Alfredo da Silva Ferreira

DOI:

https://doi.org/10.18761/PAC.2021.v12.RFT.13

Palavras-chave:

análise do comportamento, análise do comportamento clínica, teoria das molduras relacionais, HDML

Resumo

 

Uma tese central da Teoria das Molduras Relacionais afirma que relatos e autorrelatos não apenas descrevem o mundo, público ou privado, mas também transformam as funções deste mundo descrito. A atribuição de novos contextos verbais para ocorrência de eventos públicos e privados pode ser chamada de recontextualização verbal e é uma das principais estratégias utilizadas pela Terapia de Aceitação e Compromisso. Em uma perspectiva clínica, se considerarmos que relatos e autorrelatos promoveram funções de estímulos pouco úteis para a construção de uma vida valorosa para um sujeito, não seria, então, o caso de inserirmos outros relatos e autorrelatos? Se considerarmos autorrelatos como pensamentos, a indicação clínica seria então uma “re-programação” dos pensamentos? Para responder a tais questões, este artigo se propõe a apresentar o desenvolvimento da RFT a partir do modelo Hyper-Dimensional Multilevel (HDML) e expor a relevância deste para a compreensão do comportamento humano complexo. Inicialmente apresentaremos uma breve descrição dos avanços da RFT, desde a proposta original até o HDML. Em seguida discutiremos como a conceitualização em dimensões é essencial para compreensão da intervenção clínica baseada na RFT e concluiremos com uma reflexão sobre a relação entre a pesquisa básica na RFT e a formação de novos terapeutas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Barnes-Holmes, D., Barnes-Holmes, Y., Luciano, C., & McEnteggart, C. (2017). From the IRAP and REC model to a multi-dimensional multi-level framework for analyzing the dynamics of arbitrarily applicable relational responding. Journal of Contextual Behavioral Science, 6(4), 434-445. https://doi.org/10.1016/j.jcbs.2017.08.001
Barnes-Holmes, D., Barnes-Holmes, Y., & McEnteggart, C. (2020). Updating RFT (more field than frame) and its implications for process-based therapy. The Psychological Record, 70, 605–624 https://doi.org/10.1007/s40732-019-00372-3
Barnes-Holmes, Y., Barnes-Holmes, D., & McEnteggart, C. (2018). Narrative: Its importance in modern behavior analysis and therapy. Perspectives on Behavioral Science (Special Issue on Narrative), 41(2), 509-516. https://doi.org/10.1007/s40614-018-0152-y
Barnes-Holmes, D., Barnes-Holmes, Y., McEnteggart, C., & Harte, C. (2021). Back to the Future with an Up-dated Version of RFT: More Field than Frame? Perspectivas em Análise do Comportamento, 12(1). https://doi.org/10.18761/PAC.2021.v12.RFT.03
Barnes-Holmes, D., Finn, M., McEnteggart, C., & Barnes-Holmes, Y. (2018). Derived stimulus relations and their role in a behavior-analytic account of human language and cognition. Perspectives on Behavioral Science (Special Issue on Derived Relations), 41(1), 155-173. https://doi.org/10.1007/s40614-017-0124-7
Barnes-Holmes, Y., McEnteggart, C., & Barnes-Holmes, D. (2020): Recent Conceptual and Empirical Advances in RFT. In M. Levin, M. Twohig, & J. Krafft (Eds.): Innovations in Acceptance and Commitment Therapy: Clinical Advancements and Applications in ACT. New Harbinger.
Baum, W. (2019). Compreender o Behaviorismo: comportamento, cultura e evolução. 3a. Ed. Artmed.
Chawla, N., & Ostafin, B. (2007). Experiential Avoidance as a Functional Dimensional Approach to Psychopathology: An Empirical Review. Journal of Clinical Psychology, 63(9), 871-980. https://doi.org/10.1002/jclp.20400
Ferreira, T. A. S., Simões, A. S., Ferreira, A. R., & dos Santos, B. O. S. (2020). What are values in clinical behavior analysis? Perspectives on Behavior Science, 43, 177-188. https://doi.org/10.1007/s40614-019-00219-w
Hayes, S. C. (1987). A contextual approach to therapeutic change. In N. Jacobson (Ed.), Psychotherapists in clinical practice: Cognitive and behavioral perspectives (pp. 327-387). Guilford.
Hayes, S. C., Barnes-Holmes, D., & Roche, B. (Eds.). (2001). Relational Frame Theory: A PostSkinnerian account of human language and cognition. Plenum Press.
Hayes, S. C., Strosahl, K. D., & Wilson, K. G. (2012). Acceptance and commitment therapy: The process and practice of mindful change. The Guilford Press.
Hughes, S., & Barnes-Holmes, D. (2016). Relational frame theory: The basic account. In R. D. Zettle, S. C. Hayes, D. Barnes-Holmes, & A. Biglan
Aline Souza Simões, Tiago Alfredo da Silva Ferreira 001-011
Revista Perspectivas 2021 Early View RFT Special Volume pp.001-011 11 www.revistaperspectivas.org
(Eds), The Wiley handbook of contextual behavioral science (pp. 129-178), Wiley-Blackwell.
Kavanagh, D., Barnes-Holmes, Y., Barnes-Holmes, D., McEnteggart, C., & Finn, M. (2018). Exploring differential trial-type effects and the impact of a read-aloud procedure on deictic relational responding on the IRAP. The Psychological Record, 68(2), 163-176. https://doi.org/10.1007/s40732-018-0276-1
Klepac, R. K., Ronan, G. F., Andrasik, F., Arnold, K. D., Belar, C. D., Berry, S. L., Christofff, K. A., Craighead, L. W., Dougher, M. J., Dowd, E. T., Herbert, J. D., McFarr, L. M., Rizvi, S. L., Sauer, E. M., & Strauman, T. J. (2012). Guidelines for cognitive behavioral training within doctoral psychology programs in the United States: Report of the Inter-organizational Task Force on Cognitive and Behavioral Psychology Doctoral Education. Behavior Therapy, 43(4), 687–697. https://doi.org/10.1016/j.beth.2012.05.002
Koerner, K. (2013). What must you know and do to get good outcomes with DBT?. Behavior Therapy, 44, 568-579. https://doi.org/10.1016/j.beth.2013.03.005
Perez, W. F., Nico, Y. C., Kovac, R., Fidalgo, A. P., & Leonardi, J. L. (2013). Introdução à Teoria das Molduras Relacionais (Relational Frame Theory): principais conceitos, achados experimentais e possibilidades de aplicação. Perspectivas em análise do comportamento, 4(1), 32-50. https://doi.org/10.18761/perspectivas.v4i1.105
Villatte, M., Villatte, J. L., & Hayes, S. C. (2015). Mastering the clinical conversation: Language as intervention. Guilford Publications.
Villatte, M., Villatte, J. L., & Hayes, S. C. (2018). A reticulated and progressive strategy for developing clinical applications of RFT. The Psychological Record. 68,119–121. https://doi.org/10.1007/s40732-017-0251-2

Downloads

Publicado

16-08-2021

Como Citar

Simões, A. S. ., & Ferreira, T. A. da S. . (2021). Quando o Pensamento Positivo não é o Bastante: O papel do HDML na explicação de comportamentos complexos pela RFT. Perspectivas Em Análise Do Comportamento, 12(1), 094–104. https://doi.org/10.18761/PAC.2021.v12.RFT.13