Da informalidade à formalidade: o percurso inicial da organização social da análise do comportamento
DOI:
https://doi.org/10.18761/perspectivas.v2i1.57Resumo
Quando analisamos a história de uma ciência somente a partir de seus aspectos formais, muitas vezes desconsideramos que a organização da ciência depende de uma rede de relações sociais responsável por produzir e amparar sua aceitação e manutenção ao longo do tempo. No presente estudo, analisamos como tal rede se constituiu e contribuiu em parte da formação histórica inicial da análise do comportamento enquanto comunidade científica, emergente entre as décadas de 1930 e 1950, nos Estados Unidos. Esta investigação baseou-se no exame dos seguintes pontos: (a) o intenso contato informal entre B. F. Skinner e F. S. Keller, como primeiro passo para o estabelecimento institucional de uma nova ciência do comportamento; (b) a rejeição do delineamento experimental de sujeito único por parte significativa da psicologia experimental norte-americana, aliada às dificuldades de comunicação e ao isolamento entre os primeiros analistas do comportamento, como motivo para o início da organização social do campo; (c) a primeira conferência de análise experimental do comportamento, em 1947, como fonte de propagação de uma nova comunidade científica. O funcionamento social de uma nova ciência - por meio de uma rede de relações informais que resultou em sua crescente formalização, institucionalização, visibilidade e aceitação - é a principal conclusão derivada da presente investigação.