Terapia de Aceitação e Compromisso: É uma Proposta de Intervenção Cognitivista?
DOI:
https://doi.org/10.18761/perspectivas.v3i2.233Resumo
A Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), proposta por Steven Hayes no final da década de 1980, tem sido colocada, frequentemente, inclusive pelo seu fundador, no rol das terapias cognitivas e comportamentais. Distintos podem ser os incômodos com a proposta, com sua fundamentação específica (Teoria dos Quadros Relacionais) e com o próprio Hayes. Entretanto, argumenta-se que, mesmo usando termos evitados por grande parte dos analistas do comportamento, como mente e cognição, por exemplo, a ACT consiste em um modelo terapêutico completamente compatível com o Behaviorismo Radical de Skinner e com a Análise do Comportamento. Entre as concepções filosóficas em comum com o Behaviorismo Radical, destacam-se a visão de comportamento como um fenômeno relacional e a de pensamento/cognição como um evento comportamental, e não causal. Assim, neste artigo busca-se discutir em que medida a ACT pode ser caracterizada como um modelo cognitivista ou apenas comportamental de intervenção.