A produção de regras através de brincadeiras em um atendimento clínico comportamental infantil
DOI:
https://doi.org/10.18761/perspectivas.v4i2.111Resumo
Esse trabalho busca através do relato de um caso clínico infantil, demonstrar como brincadeiras e a produção de regras podem interferir em outros comportamentos de uma criança. O trabalho foi baseado nos registros dos atendimentos de Kissylla (nome fictício), de seis anos, que foi levada pela mãe à terapia. O caso tinha como queixa principal o roubo e a formulação do caso indicou que esse comportamento estava relacionado à dificuldades da cliente com relação ao seguimento generalizado de regras e questões a dificuldades no estabelecimento de vínculo afetivo com a mãe. As intervenções foram conduzidas através de brincadeiras e treino em sessão das situações problema com a criança e com a mãe e tinham como objetivo a formação de novas regras e aumento da proximidade entre mãe e filha. Inicialmente, a criança ganhava prêmios por seguir as regras das brincadeiras (reforço arbitrário), depois passou a ser mais controlada pela atenção da mãe (reforço natural). Após 41 sessões, observou-se a mudança em diversos operantes relacionados ao seguimento de regras, como por exemplo, não trapacear nos jogos e maior qualidade na interação com a família, tendo sido dada alta à cliente. O comportamento de roubar não foi foco do atendimento e deixou de ocorrer nos nove últimos meses da terapia.