What do therapists and clients talk about when they cannot explain behaviours? How Carl Jung avoided analysing a client’s environments by inventing theories

Autores

  • Bernard Guerin

DOI:

https://doi.org/10.18761/PAC.TAC.2019.005

Palavras-chave:

terapia, contingências sociais, saúde mental, linguagem terapêutica, Jung, patriarcado, ativismo como terapia

Resumo

 

Em um primeiro momento, esse artigo vai abordar três pontos: 1) as variáveis que modelam o que chamamos de questões de saúde mental estão “escondidas”; 2) nas terapias atuais é dominante o uso da linguagem como forma de modificar o comportamento, mas esse modelo já atingiu o seu limite; 3) quando somos solicitados a explicar nossos próprios comportamentos e não somos capazes de fazê-lo usamos outras estratégias discursivas comuns na tentativa de conseguir responder essa questão: mentalismo, abstrações, responder com outras questões, personificações, o uso emotivo da linguagem e distrações. Então, esses três pontos são usados para mostrar como a história da terapia tem levado terapeutas a usar essas estratégias discursivas. Desde o tempo de Freud e Jung, as terapias se desenvolveram e a sociedade ocidental mudou de tal maneira que as forças que modelam o comportamento das pessoas deixaram de estar na família e passaram a estar no contato onipresente com estranhos, burocracias e “outros generalizados”. Como as pessoas não poderiam facilmente observar ou falar sobre essas novas contingências sociais amorfas, terapeutas e clientes recorriam às estratégias discursivas do senso comum. Isso é ilustrado por meio da recontextualização de um dos estudos de caso do Jung para mostrar que as questões das clientes estavam nas situações externas (patriarcado) e não “dentro da sua cabeça” ou em um “arquétipo coletivo pertencente ao inconsciente coletivo”, que é uma das metáforas que Jung inventou para encobrir a sua inabilidade de articular com novas formas sociais de modelação pelas quais os seus clientes estavam passando. Adicionando nas novas e excitantes formas de terapias comportamentais mais analises dessas contingencias sociais escondidas, poderá se chegar em um ponto além do uso da linguagem para ajudar os clientes a mudarem os seus mundos. Para analisar e mudar as influências sociais escondidas do patriarcado, da economia, da política e da burocracia, os terapeutas devem aprender a reconhecer e analisar essas novas forças na vida das pessoas e então trabalhar com eles fora do setting terapêutico, ou dentro usando a linguagem, para mudar os seus mundos, como já acontece em algumas novas formas da terapia comportamental e da terapia feminista.

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Publicado

02-08-2019

Como Citar

Guerin, B. (2019). What do therapists and clients talk about when they cannot explain behaviours? How Carl Jung avoided analysing a client’s environments by inventing theories. Perspectivas Em Análise Do Comportamento, 10(1), 076–097. https://doi.org/10.18761/PAC.TAC.2019.005